<$BlogRSDUrl$> Meu humor atual - i*Eu

sexta-feira, novembro 29, 2002

Há zonas da cidade que evito, uma série de restaurantes onde não penso voltar. Tenho muito medo de te encontrar. Só ou acompanhado, tanto faz. Mintoo. O ciúme ataca a horas incertas mesmo muito depois de se julgar acabado. Muito medo de não poder saber de antemão o que vou sentir, como vai ser, não poder antever o golpe. O medo de todas as palavras ridículas, e todas elas serão ridículas, de todos os gestos desajeitados, e não haverá nenhum que possa reclamar como meu. Medo de ficar a pensar violentamente em ti durante horas, sabe-se lá onde, sem conseguir regressar ao normal correr do tempo. Uma intromissão que exige o álcool que se põe, embebido em algodão, na ferida que reabriu para que de novo arda, palavras aflitas de uma conversa em que só eu estou de facto interessada e vou aumentando aparada provocando a memória até que me faça doer. E depois o regresso a casa com o corpo anestesiado, a música aos berros, a vontade de que tudo se desfaça no instante para o qual falta a coragem. Chegar a casa e agarrar nas tuas fotografias até me virem os vómitos, as lágrimas, que explusem de mim o que guardo no mais fundo e me traz a vida vazia e inútil. Tenho tanto medo de te encontrar que mesmo nunca te encontrando estás mais presente que todos os que vejo girar á minha volta.
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